sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ATRITO

Estamos estudando o período do ultrarromantismo brasileiro tendo com principais autores Alvares de Azevedo e Casimiro de Abreu.Por isso, Mariem e Israel criaram um poema que retratasse a disputa de uma mesma mulher por Álvares e Casimiro retratando um pouco da personalidade de Ambos.


Atrito

Quão formosa e bela és ó minha amada
Da doce e lânguida face pálida
Com tuas esguias maçãs rosadas
Com este teu longo cabelo negro
Que cai em suas curvas à luz do luar

Sua pele gélida -mas- serena
Quanto a névoa que sombriamente cobre
Essas frias lápides taciturnas
E seu olhar tão profundo e inebriante
Como taças de vinho transbordantes
Que me falecem no doce e vão sonhar

Não somente em sonho minha querida
Sua beleza deve-se contemplar
Ao calor que sua alva pele esconde
A maciez dos seios ao tocar


A névoa de tão fúnebre ambiente
Nada mais é do que um impuro vapor
Do movimento noturno da brisa
Crepitante que envolve o nosso amor

Não quero, não posso, não devo "tocar"
A virgem sagrada pura e sem par
Tão distante, longe de minhas mãos
Tremulantes e agora umedecidas
Que a terra um dia há de devorar

Oh! Seria mais fácil crua morte
De se superar do que essas simplórias
Mas doces palavras e confissões
Que de mi boca ninguém há de ouvir

Para que destilas tamanho amor
Se coragem lhe falta ao transmiti-lo
Ouse o toque, arrisque o beijo
Aqueça su'alma com tanto calor


Sutileza, discrição
Não lhe assustes com essa reação
Por mais tentadora a sua beleza
Deus -sábio- não forneceu asas à cobra
Não dê asas ao teu pobre coração

Devido a encantadora perfeição
Nenhum de nós, meu amigo pagão
Merece tanta doçura de um anjo...
Que se tenha o ópio como amado algoz
E liberte-nos da débil paixão
Deste meu triste fim da dor artroz


Gizelle Marques
Israel Eller
Mariem Faria


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